Usar o celular na mesa do bar pode indicar transtornos mentais
Pesquisa aponta que pessoas que usam o aparelho entre amigos têm maior probabilidade de ter ansiedade e depressão
Fenômeno é conhecido em inglês como phubbing
FREEPIK
Pessoas que usam o celular enquanto estão com seus amigos em um local público, como na mesa de um bar ou de um restaurante, têm maior probabilidade de ter certos transtornos mentais, como ansiedade social e depressão. É o que aponta uma pesquisa liderada por Juhyung Sung, uma candidata a doutorado na Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.
Segundo o portal Daily Mail, a ideia da pesquisa surgiu quando Juhyung seu deu conta da quantidade de vezes que via essa situação no seu cotidiano e decidiu estudar sobre o assunto. O fenômeno é conhecido como phubbing, palavra em inglês une “phone” (celular) e “snubbing” (gerúndio de “esnobar”).
VEJA TAMBÉM
- TECNOLOGIA E CIÊNCIASmartphone, tablet e computador podem afetar a saúde dos olhos
- TECNOLOGIA E CIÊNCIAGoogle e YouTube criam funções de segurança para menores
- TECNOLOGIA E CIÊNCIASamsung revela novos modelos de smartphones dobráveis
“Observei que muitas pessoas usam seus celulares enquanto estão sentadas com seus amigos no café, a qualquer hora no jantar, independentemente do tipo de relacionamento”, afirma. Embora pesquisas anteriores tenham analisado o phubbing entre casais de namorados e pais e filhos, ainda pouco se sabia sobre ele no contexto da amizade.
Para compreender a relação entre o fenômeno e transtornos mentais, os pesquisadores recrutaram 472 alunos de graduação com idade média de 19 anos e pediram para que eles indicassem por quanto tempo utilizam o celular diariamente e quais as ferramentas mais acessadas.
As respostas, que variaram entre 10 minutos a mais de cinco horas, mostraram que aqueles com níveis mais elevados de depressão, ansiedade social e neuroticismo (tendência a experimentar facilmente emoções negativas) eram também os mesmos que mais praticavam o phubbing.
Os participantes foram analisados por meio de uma versão modificada da Escala Genérica de Phubbing, desenvolvida em 2018, e a Escala de Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos, criada em 1977. Essa última inclui 20 frases, como “Durante a semana passada me senti deprimido”, sobre as quais os entrevistados devem refletir e assinalar como “todo o tempo”, “na maior parte do tempo”, “raramente” ou “nenhuma vez”. Ansiedade social, afabilidade, neuroticismo e satisfação com a amizade também foram avaliados por meio de vários questionários em escala.
Outros resultados da pesquisa incluem ainda que o phubbing é mais provável na presença de três ou mais amigos e que sentimentos como gentileza — um dos cinco grandes traços da personalidade humana — não estão relacionados ao fenômeno. De acordo com Juhyung, a constatação não veio como nenhuma surpresa.
“Em conversas cara a cara, pessoas com altos níveis de afabilidade consideram o comportamento de phubbing rude e indelicado”, disse. Ela acredita que desativar as notificações ou virar a tela do celular pode ser uma boa solução para o problema, além de uma forma de demonstrar de respeito pelas pessoas.
TECNOLOGIA E CIÊNCIA | Sofia Pilagallo*, do R7
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques