Dose de reforço não é necessária a todos, diz cientista da AstraZeneca

Sarah Gilbert é chefe da equipe que desenvolveu a AstraZeneca, no Reino Unido

Sarah Gilbert diz que apenas idosos e imunossuprimidos devem receber 3ª dose; outras doses devem ser enviadas a países pobres

JOHN CAIRNS/DIVULGAÇÃO UNIVERSIDADE DE OXFORD

A cientista Sarah Gilbert, chefe da equipe que desenvolveu a AstraZeneca, vacina contra covid mais aplicada no mundo e no Brasil, afirmou que idosos com sistema imunológico enfraquecido devem tomar a terceira dose, mas não é necessário dar uma dose de reforço a todos, já que a imunidade entre pessoas totalmente vacinadas está “durando bem”. A declaração foi dada ao jornal britânico Daily Telegraph.

Ela sugere que doses adicionais devem ser direcionadas a países com baixa taxa de imunização, onde não há vacinas suficientes à população. “Precisamos levar vacinas para países onde poucos da população foram vacinados até agora. Temos que fazer melhor a esse respeito. A primeira dose tem maior impacto”, afirmou.

VEJA TAMBÉM

“À medida em que o vírus se espalha entre as pessoas, ele sofre mutação, se adapta e evolui, como a variante Delta”, disse. “Com esses surtos, queremos impedir isso o mais rápido possível. Vamos olhar para cada situação; os imunossuprimidos e os idosos receberão reforços. Mas não acho que precisamos impulsionar todo mundo. A imunidade está durando bem na maioria das pessoas”, acrescentou. 

A MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde) do Reino Unido aprovou a dose de reforço das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, mas o JCVI (Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização) ainda não se manifestou.

No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que as doses de reforço para idosos e imunossuprimidos devem começar a ser aplicadas a partir desta quarta-feira (15), quando 100% dos adultos acima de 18 anos devem ter recebido a primeira dose de vacina, embora alguns Estados tenham antecipadao essa data, como São Paulo, que iniciou a aplicação da terceira dose na segunda-feira passada, dia 6.

A indicação do ministério é que essa dose adicional seja realizada com a vacina da Pfizer. Na falta dela, as opções, segundo a pasta, devem ser a AstraZeneca e a Janssen. Em São Paulo, por exemplo, todas as vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – além das citadas, inclui-se a CoronaVac – estão sendo oferecidas a esse grupo.

No Reino Unido, a dose de reforço estava prevista para este mês, mas ainda não teve início, segundo o jornal The Guardian. “Iniciaremos o programa de reforço no final de setembro. Estamos apenas aguardando o conselho final da JCVI sobre exatamente quem receberá esse reforço e os critérios exatos para isso”, declarou um membro do governo, conforme publicado no jornal. 

Edmilson Teixeira

É Jornalista graduado pela UFAL em 1987 e Pós-Graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing pelo Cesmac, em 2010.