Pesquisa aponta que mais de 58 mil maceioenses estão inadimplentes no Comércio

Pesquisa aponta que mais de 58 mil maceioenses estão inadimplentes no Comércio
maceio centro

Como os juros altos inibiram a contratação de empréstimo pessoal, os consumidores fizeram mais dívidas via cartão de crédito (+1%) e carnê (+11,4%)

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), para Maceió, demonstra que após um crescimento médio de 3,4%, de maio a setembro, o volume de pessoas com dívidas caiu 1,26%, em outubro. Os dados do levantamento realizado em parceria pelo Instituto Fecomércio AL e pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam, ainda, que o volume de inadimplentes seguiu esse movimento e recuou de 58.841 (setembro) para 58.477 (outubro) pessoas com dívidas em atraso. Em termos técnicos, essas pequenas variações são consideradas estagnação.

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Um dos fatores para este desempenho é a recente alta de juros e a consequente diminuição de concessões de créditos pessoais, segundo explica Victor Hortencio, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL). “Como a Selic é a taxa referencial para o estabelecimento dos contratos de crédito, o aumento dos juros de 6,25% para 7,75% ao ano (a.a.), e a tendência mais de altas até o final do ano, desestimularam o crescimento de novas contratações de crédito, diminuindo ou freando o endividamento”, avalia ao explicar que este é um cenário nacional.

Com o recuo, o percentual de endividados é de 70,3%. Em termos absolutos, houve uma queda de 2.550 na quantidade de famílias com dívidas, saindo de 216 mil para 213 mil. Apesar disso, o indicador está 8,9% mais alto do que o registrado em outubro de 2020. Já as subcategorias continuam abaixo dos níveis vistos no ano passado: o percentual de endividados com contas em atraso era 21,9% e está 19,3%; e o volume dos que não terão condições de pagar, que chegou a 13%, encontra-se em 7,2%.

O cartão de crédito permanece de forma quase absoluta como o principal fator gerador de dívidas dos consumidores da capital, pois 99% das famílias que possuem dívidas fizeram uso desse recurso para adquirir bens e serviços. “Esse percentual está 1% ainda maior do que os 98,2% de setembro e mantém o maceioense fora da curva quando se refere ao uso do cartão de crédito, já que a média das outras capitais é de 84,9%, segundo a CNC”, observa o economista.

Como é possível se endividar com mais de um meio financeiro, o carnê ocupou a segunda posição com 25,3% da preferência; um aumento de 11,94% comparado aos 22,6% a setembro, indicando um possível reflexo da alta dos juros, já que os carnês surgem como alternativa ao crédito pessoal.

De acordo com a pesquisa, mais de 55% das famílias que possuem dívidas se comprometem entre três e seis meses com compras parceladas ou financiamentos e usam 30,3% da sua renda para pagar esses compromissos.

Foto Alagoas24horas